Sobre o escárnio da sua boca
Me alimento de suas migalhas
E sou alvo de suas gargalhadas
Na mira de todas as criticas, sobrevivo
Um sorriso de canto sem graça no rosto
Um bufão sem chapéu forçado aos truques
Como um elefante que se equilibra no picadeiro
Os cinco minutos de fama constrangedores
Que enaltecem o dono do pet e tratadores
Sim sou um pet sem perceber os adestradores
Indulgentemente me embriago, me cego, me dispo
Juro de morte todos os desafetos e amigos falsos vivos
O que de nada adianta enquanto estiver vivo
Esta carcaça desengonçada alegra muitos
Por poucos minutos até sou digno de uns niqueis
Fragmentos de metais que carregam pesos visíveis
De uma sociedade podre, alheia ao que não for de sua estirpe
Felioe Ferreira 31/10/23