terça-feira, 31 de outubro de 2023

Por debaixo dos risos...

 

 Vivo sob os ciscos dos seus pés

Sobre o escárnio da sua boca

Me alimento de suas migalhas

E sou alvo de suas gargalhadas

 

Na mira de todas as criticas, sobrevivo

Um sorriso de canto sem graça  no rosto

Um bufão sem chapéu forçado aos truques

Como um elefante que se equilibra no picadeiro

 

Os cinco minutos de fama constrangedores

Que enaltecem o dono do pet e tratadores

Sim sou um pet sem perceber os adestradores

 

Indulgentemente me embriago, me cego, me dispo

Juro de morte todos os desafetos e amigos falsos vivos

O que de nada adianta enquanto estiver vivo

 

Esta carcaça desengonçada alegra muitos

Por poucos minutos até sou digno de uns niqueis

Fragmentos de metais que carregam pesos visíveis

De uma sociedade podre, alheia ao que não for de sua estirpe

 

Felioe Ferreira 31/10/23

 

 

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Entre Quadros e Retratos

Todas as minhas molduras são ou serão quadros
Esquadros enquadrados entre pequenas rachaduras
Meus apertos são sorrisos, sentimentos amadores
Afagos, abraços e choros que registro sem pudores

Meninas, homens, meninos, mulheres e trans
Cada um como é, com defeitos ou belezas vãs
Num instante tudo para, congela para sempre
Através do meu coração, cultura, luz e lentes

Sou um instrumento do acaso revelado
De todas as emoções despidas e pungentes
E nesse mar de gente reflito e sigo calado

Capturando toda luz, continua ou intermitente
Me completo a cada sorriso ou choro capturado
Tendo em mente que sempre nos faltará um pedaço


Felipe Ferreria Pereira

Esse poema reflete a minha arte, a fotografia. Levamos conosco cada pedacinho de sentimento registrado, Me recordo sempre de momentos que registrei e me orgulho deles. Levo cada riso e choro comigo, estando ciente que jamais estarei completo,  mas que poderei ajudara completar um pouquinho da história de cada um registrando tudo. Enfim, fotografia é minha vida e celebra a vida de tantos outros. Que assim seja.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Vida de Aplausos

No começo e ao fim das contas
Somos todos artistas distraídos
Atraídos por emoções e apelos
Disfarçando o que a vida aponta

Cansados do que a derrota conta
Procuramos num elo reprimido
A felicidade que havíamos escondido
Essa busca pela infinidade harmônica

O fato é que nos falta tato, parcimônia
E estamos sempre a maltrato agudo
Adulando os muitos dissimulados obtusos
Em busca do aplauso em meio à ignorância


Felipe Ferreira                                  06/04/17

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Eterna Namorada

E o amor cresceu, logo depois de sorrir
Se tornou adolescente em meio às dificuldades
Mas como não tem razão, muito menos idade
Foi a felicidade a quem teve de sucumbir
Tão útil seria o poder de parar o tempo
Escolheria o instante do primeiro beijo
Olhos vidrados, mãos suadas, taquicardia
Diante daquela emoção nada mais importaria
E com certeza eu sei que um jeito daria
De ser o senhor do tempo e viver o momento
Todas as manhãs, todas as noites e dias
É o que acontece hoje, permanecendo no primeiro
Todos os outros serão tão incríveis ou
Apaixonantes quanto nosso primeiro beijo
Felipe Ferreira 31/01/17

Homenagem a minha esposa, 3 anos de casados! :)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Soneto: Cronologia do Amor
Trezentos e sessenta e cinco dias todos os anos
E se pudesse seria vinte e quatro horas por dia
É uma pena que tampouco se saiba dessa vida
A todo instante temos de deixar quem amamos

Mesmo que seja para algo corriqueiro, pensamos
É chato separarmos de quem escolhemos pra vida
De um modo ou de outro, estar junto sempre será
Toda forma de alegria, todo afeto que suspiramos

E agora nós completamos felicíssimos três anos
Mil e noventa e cinco dias da mais completa união
Com todas as discussões e brigas infantis, crescemos

Na alegria e na tristeza , na saúde e na doença...
Traduzido em tato, sentido, compreensão e minutos:
Um milhão, quinhentos e setenta e seis mil e oitocentos.

Felipe Ferreira Pereira


"Dedico este pequeno soneto a... A pessoa não foi digna da homenagem depois de tanto tempo." 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Vida Insana

Mais um ano completo,
Com a mente e o corpo
Repletos de sonhos
E planos.

De nada adiantaram
Esses vinte e seis anos,
Todas as tentativas
Em fracasso terminaram.
 
Exceto a mulher que amo,
Foi o único acerto
Neste acervo de enganos
Da vida! Barata, vivida,

Descartável e suja.
Rumou para onde
Não queria.
A música, do primeiro acaso,

Foi e é o maior
De todos meus fracassos.
Tão mediana...
Quanto ao que me restou

Hoje em dia: Mendigar lamentos
Nessa droga de poesia...
Sobre essa vida insana.

Felipe Ferreira Pereira 23/05/13

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Rodopios da Vida


Estou disposto.
Disponível
A burlar todo
Esse Viscoso
Sistema desprezível.

Apto a rodopiar
Pela vida
De injúrias e
Difamações incontáveis
Desnecessárias.

Certo de que
Surpreenderei
A todos, em todas
As áreas. Sem
Que precise garimpar.

Não me permito
Extorquir sentimentos
Ou sentidos.
Minhas emoções gratuitas,
De um todo são.

Efêmeras
E verdadeiras,
Buscando a felicidade
Plena, para a infelicidade
Dos que a sabotarão.

Felipe Ferreira Pereira 20/05/13

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Escárnio Sagrado


Que as desgraças mundanas caiam todas sobre mim
Putrefem a carne até  deteriorar o ser indigno que sou
Lavem minha medíocre face com o sangue que restou
Nada posso esperar da vil, amarga e cética vida ruim...

(Felipe Ferreira Pereira) 23/07/12

quarta-feira, 28 de março de 2012

Olhos Teus

Refletindo por espelhos pequenos nota-se
Fita-se e persevera o desejo iminente de
Capacitar-se mutuamente entre seus dois “Eus”

Capturar cada desejo sóbrio em noite ébria
Tornam-se meus, os olhos esverdeados reluzentes
Que vejo nessa gama de cores e diretrizes...

Única. Possuidora dos dois placebos que no fim
Curam-me, depertam-me, surpreendem-me e...
E como sempre, sim! Do delicioso agora ao
Esperado e desejado fim, num universo sem fim...

Felipe Ferreira pereira ( dedicado a: Debora Muniz Camelo ).

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Infinitas Reticências...



Quando a impaciência e a raiva dão lugar a indiferença é isso que acontece...

...Infinitas reticências....

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Felicidade-Vida


Eis que a seiva da vida rola morro abaixo, cultivando o crescimento em benefício alheio.
Moldando porém o próprio curso. Afagando cada pétala, cada folha que surge pelo caminho.
E nessa jornada de seguir-se sozinho, vem o vento a acompanhar e se sentir companheiro,
Desprendendo toda forma de felicidade de seu caule cansado. Leva pra longe todo devaneio.
Ao farfalhar das árvores de amargura infindável, vê-se o sentido contrário e retrógrado...
O tempo, que ressurge e faz-se coercitivo a ponto de retomar todas as vidas do princípio:
Do nada passando pelo TUDO. Saindo do tudo retornando pro nada... E assim se faz VIDA!

Felipe Ferreira Pereira  23-08-11

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Latrocínio

Eu, eu mesmo, comigo, provido, munido, ressentido.
Pá, pá, pou, caiu, tombou, calou, consentiu... Ferido.
Corri, fugi, comprei, usei, tomei, fumei, assisti, dormi.
Bum! Acordei, algema, pancada, carmim,fluiu, MORRI.

Diante de tudo isso pergunto a você: Subi ou desci?
E antes da sentença sofri: fome, humilhação e cresci.
Ódio no sangue, enquadro na esquina, tapa na cara,
Guardei: rancor, mágoa, descaso. Comprei: o medo.

O medo que dispara perante tudo que não pude ser,
Alcançar, tocar, nem ao menos sonhar. Disparei e
Dispararei quantas vezes me for permitido sofrer.
Fuga, corri, usei, roubei de mim e também de você.

Felipe Ferreira Pereira  11/08/11

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Emoção Barata, Mesa Cara, Casa Farta

Caráter duvidoso, discurso vexatório em pura melanina.
Sabe que erra, calcula, depois foge feito criança, menina.
Desculpe o tom da veracidade rude ao qual me refiro...
E... Ainda que me reste o mínimo de desejo, REPUDIO.

Felipe Ferreira Pereira

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Cidade Nua

Caminhando desnudo e maluco, noturnamente oportuno por todas as vias escuras e gélidas urbanas. Subtraindo cada movimento naturalmente impulsivo observo as ações egoístas primitivas de cegos e surdos. Estúpidos obsessivos, carnivoramente passivos de luxúria premeditada. Cobrança, propina, pornografia em covas rasas. Corpos limpos, exuberantes, não expõem caráter mais imundo que ratos e baratas do submundo. O recipiente de ambições nunca se enche, nunca se é suficiente e tudo diverte! Freneticamente aculturados e inertes perante a política pedante e agressivamente ofensiva, opressora liberal dos "bons-maus" costumes. Recolho-me a capacidade única de observar e ater-me a uniformidade maciça e maçante das ruas. Cidades poluídas e nuas, calçadas frias e imundas. Não mais que a personalidade de burocratas pseudo-intelectuais, sustentacionalistas do esgoto hipócrita, denominam a cultura alheia como subcultura... E no fim das contas, acabam por contratarem analistas e fazerem terapia. Tapa na cara com luvas de pelica nos seres siliconados, alimentados trangênicamente da própria mentira que cavam ao pregar sua utopia.

Felipe Ferreira Pereira 27/05/11

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pensamentos...
É com muito pesar que informo aos corações alheios
Que sua felicidade está próxima de se concretizar
Enquanto embebedo-me e me afogo em meros devaneios
Minh'alma desprende-se deste corpo imundo a caminhar


Sem saber a localização exata de mais um precipício
Contentar-mei-ei com a indiferença de meus entes queridos...

Felipe Ferreira Pereira 18/05/11

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Gostariam...

Eis que a coragem volta a aflorar no mais amplo sentido 
Superando todas as más línguas desprovidas de papilas 
Gustativas ao alheio, puro equívoco repentino repetido 
Tantas vezes que não me importo mais, vejo as saídas 

Escadas que levam ao topo de meu ego isolado em tudo 
Cercado por todos e mascarado sabiamente, atenciosos 
Lápis que corre no mais antigo papiro, olhares pavorosos 
Agora é insignificante, controlar-me? Impossível. Saboroso! 

Ao contrário do que fantasiam, não sou apenas um engodo...

Felipe Ferreira Pereira 29/04/11

Menina dos olhos de menina

Menina dos olhos que se esparrama diante da vida
Não entende que as perdas causadas curam feridas
Ao menos o tempo gasta, pinta de cinza e se segue
Olhos de menina que um dia obterá o olhar que fere


Antes ferir que ser ferido, transferidos, além disso
Coleguismos supérfluos, maldades afetivas e ricas
Para o próximo, convívio vívido, carne fraca, riso
Perigo a vista, conchavo dos anjos, mais carícias


Desprovidas de tédio, entretêm tudo o que prevarica
Estoque de lágrimas coloridas para toda uma vida...


Felipe Ferreira Pereira 29/04/11

quarta-feira, 20 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Alfabeto Controlado

Altamente treinados para cair na mesmice
Burlando a realidade por trás das ações
Concretas manobras baseadas na crendice
Dos que não enxergam perante multidões


Fictícias rotinas promulgadas pelos votos
Gerados pelas mesmas mãos cegamente
Hipnotizados pelos lazeres vivos tórridos
Implantados impostos propositadamente 


Jejum de novelas e propagandas não há
Leis subliminares existentes para engolir
Momentos de prazer fabricados no seu lar
Notoriamente substituem famílias a se unir


O mal preestabelecido em todas as casas 
Permite a corrupção agir desapercebida
Quase que oculta apesar de escancarada
Ruindo os pilares da simplicidade atribuída


Supostamente inofensiva e não imperativa
Tendenciosa e politicamente incorreta é...
Uma forma de tapar o Sol com a peneira
Válvulas de escape que aliviam a dor do pé


Xadrez dos três poderes sendo direcionado
Zuando no pé do ouvido dos "alfabetizados"

Felipe Ferreira Pereira 11/04/11

* Reparem que as frases iniciam em ordem alfabética, com exceção da letra "E" pelo fato
de atrapalhar na rima por conta do número de versos... E por ser tão utilizada durante todo
o poema..
.

sábado, 9 de abril de 2011

Rosa Azul

Pelos jardins noturnos silenciosos caminha-se desapercebidamente
Calmamente segue-se caminhos afáveis manchados de turquesa...
Esqueça, viva e ame como a Flor que brilha a lacínia adorávelmente
Tente desviar o olhar, obter amnésia. Impossível ante tanta nobreza

Sutileza das pétalas que abraçam o mais ínfimo sentimento de solidão
Guardam tanta gentileza próspera na imensidão de um mar Azul...
Sumáriamente definido pela beleza de encantar com alegria e paixão
Não deixando-se perder na imensidão ostensiva. Ternura: Rosa Azul


1 - lacínia: Cada uma das divisões estreitas e profundas das folhas, pétalas, etc.



Felipe Ferreira Pereira 09/04/11

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Em Busca do Inesperado...

Como é raro o sentimento sincero do inesperado
Crer que a fé que move o que gira a nosso redor
Satisfaz o âmago de qualquer ser encurralado
Mesmo que da vida espere somente o que há de pior

Giram numa grande roda gigante de pensamentos
Sonhos momentâneos 
de realidade... FIRMAMENTO
E aos que se opõem a tudo que seja inesperado
Um dia encontrarão inesperadamente o inexplicável
Felipe Ferreira Pereira 08/04/11

quinta-feira, 7 de abril de 2011

FELICIDADE !?

Difícil mesmo é tentar guiar-se pelas veredas da felicidade
Onde nada se abala. Passeios intensos de desejos não consumados
E atos consumidos pelo desejo de exercer qualquer loucura atoa
Como num mergulho de lagoa.. Longo encontro com a simplicidade


Nota-se e anota-se cada passo cego da tão almejada FELICIDADE.
Vamos colocar em sobre-tons de "ao pé da letra". Feliz mas...
jogos de manipulação pela grandiosa cidade. Igualmente eficaz
Tenaz a pouco descoberto sentimento sagaz de pura notoriedade.


Completamos enfim: FELICIDADE! Os dejetos despejados pela cidade
Não pelas construções cinzas e inanimadas, mas sim pelos capazes
Humanos repletos de vícios corriqueiros, contemplados com sentidos
As vezes de amor, outras de temeridade, que no fim não temem a idade


Envelhecer o EGO jamais conta, jamais rapta, corrompe ou desmancha
A tão elucidada das formas de sustentabilidade do SER: mais uma vez....
FELICIDADE !!!


Felipe Ferreira Pereira 07/04/11

sábado, 2 de abril de 2011

Céu dos Tolos ( todos... )

Descendo para os céus contraditórios, recheados de teologia
Vos digo que não é o que tanto esperavam ou então aplaudiam
Subindo na consciência dos céticos que muito pouco o viam
Esclareço que o caminho não é de algodão doce ou de magia

Aqui vejo muito pouco, mas sinto muito mais do que imaginas
Esse azul e branco interminável, próximo de tudo o que amo
De tudo que desejo e oportuno, amor das pessoas que exclamo
Ao menos chega perto da imaginção que tens de suas ruinas...

O céu não é feito de paraiso, é sim feito de firmamento...
Paupável metafóricamente para quem o alcançou brevemente
Tornando-se viciantemente vicioso, quase que ostensivo...
E benevolamente cheio e preenchido de nada. Discernimento!

Felipe Ferreira Pereira 02/04/11

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alie(nação)

Como galinhas famintas a procura de ciscos
As maiorias desprovidas andam em círculos
Batendo cabeça e procurando, há um vínculo
Que nutre a atual cultura do pão e circo?


Claro que há, ao apertar de um botão, e...
Ao alcance da maioria das mãos cansadas
Abre-se frente todas as caras barateadas
A maior ferramenta existente em alienação


Papo furado, você pensa, vou ver televisão...


Felipe Ferreira Pereira 01/04/11

quinta-feira, 24 de março de 2011

Banquete Coagido

Quero andar por aí de cara cheia, sem frustrações de brincadeira
Quero amar de verdade verdadeira, sem estereótipos pela mesa
Deixar de ser só ameaça e me tornar promessa farta, vasta de ti
Cuspir em suas caras lavadas e contar sobre tudo o que já menti

Quero, devo, faço, posso... Egoísmo? Obvio. Evidentemente EU
Só me afasto ou me aproximo do que é exclusivamente meu...
Só assim deixo de ser mais um no todo que excede a tristeza...
De ser apenas mais um prato raso e vazio em cima desta mesa

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pessoas...

Pessoas são apenas projeções de nosso subconsciente refletindo nossos desejos inalcançados... Vive-se sozinho nesse mundo, as outras pessoas são apenas projeções de nossa monotonia...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Não espere de mim, o que no fim das contas está esperando de sí mesmo....

Felipe Ferreira Pereira

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Olhos Famintos Hilariantes

Sei muito bem que seus olhares devoram-me feito um bombocado
É como aqueles doces gostosos de criança que lambuzam os dedos
Mas percebo deveras ressabiado tais olhares tão mal intencionados
Convidando-me para ser bobo em sua corte avarenta de desprezos

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Espelhos de uma Alma Cega

Pelas janelas gradiadas e brechas molhadas pela chuva que rasga o céu
Vejo a tormenta de monotonia afligir os espelhos de minh’alma... Cega
Cortando os ares do tempo e tapando os poros de minha pele feito véu
Que se debruça no parapeito de mais um apartamento aceso feito vela

E o que fazer além de esperar pela incerteza alheia prometida? Esperar
Sem eclodir os lamurios de mais uma crise controlada, cruel e... Cinza...
Como tudo que me cerca reflito, penso, omito e fico sem desesperar...
No dia seguinte poderão reclamar sentimentos meus, borrões de tinta.

Felipe Ferreira Pereira 13/01/11

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Querer por talvez apenas querer-te

Esse sorriso que me enche de esperança e fulgor cativante,
Quero-o todas as manhãs beijando meu semblante errante.
Um toque de caricia desmedida perante a simplória timidez
Que me cerca na luxúria platônica do querer e do Talvez...

Felipe Ferreira Pereria 07/01/11


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Balas Sortidas e Achadas

Tudo me aflige nada me abala. Talvez, não, sempre como a perdida
Que se acha sempre em cabeças alheias. Vida dura de ser vivida...
Porém, contudo e toda via doce de ser mastigada saborosamente e
Enfim digerida coagidamente pela conformidade de quaisquer pais.

Procurando os languidos pensamentos que os leve a CURA, a Paz.
Entre flores e canhões no cais debruçado sobre o mar de regalias,
Vê-se a luxúria do pobre que ceifa com ferramentas de pura prata.
Que não tem paladar para sentir amargando o sabor de uma BALA.

Felipe Ferreira Pereira 03/11/10

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mahatma Ganja

Mas que filantropia ganjista barata, proveniente dos ares
Sai do cérebro queimando os pulmões de forma Divina!
Abrindo a mente e a visão como a tampa de uma latrina
Expande o horizonte do Brasil brasileiro a Buenos Aires

Que não temem a cultura de seus burgueses rastafáris.
Com flores nas mãos, erguendo-as como grandes troféus
Esquecendo o perigo verde que sucumbe nossos lares.
Mais uma Ideologia enrolada em um pedaço de papel...

Felipe Ferreira Pereira 29/10/10

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sonhos Mortos

E naturalmente todo sonho se apaga e morre
De certa forma, não se sabe o que me ocorre.
O fato é que tudo transcende sem controle...
Quem sou eu para reivindicar que me console?

Falível, dilacerado por si e pelo âmago social,
Nada será mais obvio, medíocre e tão natural.
Os sonhos que são tomados e torturados a fio
Partem a principio de você em tempos de estio.

Felipe Ferreira Pereira 21/10/10

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ganancioso Serafim

Envolto numa maré de sentidos e fragrâncias exuberantes estremeço
Que tudo e todas vejam, acostumem-se com meus tamanhos defeitos
Não conseguirei colher uma rosa apenas, com tantas belezas a espera
Perfumes que me consumirão dias a fio, vagando por essa linda esfera

Que roda, espera e lancina o reflexo de tudo que há em mim para vós
Mesmo que a macula turve minha visão, tente abafar e calar minha voz
Não deixarei nenhum perfume a deriva, que agarrem-se todos a mim
Dispam minha carne perante o desejo de ser enfim ganancioso serafim

Felipe Ferreira Pereira 19/10/10

domingo, 17 de outubro de 2010

Pretexto Ostensivo

Já que somos todos iguais por que a tentativa de diferenciar-se perante todos?
Qual a provável ameaça que nos afasta do comum e repele o “Ouro dos Tolos”?
Impagável, inacreditável necessidade diante vida e morte repleta de puro receio
Incomoda, persegue, parece coagir cada sonho coletivo de coesivos preceitos...
Exorcizamos cada pensamento impróprio diante o “não-anonimato”, preconceito.
E que cada gole de ostentação ressalte o que na verdade é um esdrúxulo pretexto.

Felipe ferreira Pereira 17/10/10 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Turbilhão de Emoções

Turbilhão de emoções que se perdem no momento mais oportuno do ódio
Que a mais sensata e caricata hipocrisia seja meu momento de puro perdão
Já que a falsidade ronda e cerca a veia que me tange a amargues do Ópio
Minhas palavras não mais serão propósito: adjetivos perdidos na imensidão

Felipe Ferreira Pereira 14/10/10

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Des (a) tino?

Já que nada é o bastante, prestarei atenção e zelarei por absolutamente tudo que me for direito, desejo e fortuna de espírito. Dos rostos mais disformes, sisudos e abatidos às faces mais joviais darei meu veredicto: Compaixão! Crendo que tudo se aproxima por certa razão descarto o fato do acaso circular por qualquer portão. Sendo assim um sentimento nobre que traria sentido e felicidade a todos, venho por decepcioná-los de antemão. Alegrias, proximidades, amores temores que teriam tido jamais existiriam, já que o destino nunca há de existir, assim como para a vida eterna um glorioso elixir. Apenas dedicar-me-ei um pouco mais a carência afetiva alheia, não como um psicólogo a cuspir comportamentos hipoteticamente aceitáveis, mas sim com simples gestos de bondade. Um olá, quem sabe um até logo ou como você está bonita hoje. Simplórias palavras que fariam muito mais felizes pessoas que julgam-se em desprezível torpe, que os sonhos de maculadas almas tornem-se realidade longe de destino. Razoavelmente agir pela razão aproxima a Fé do delírio em crer que a aproximação de vibrações positivas é criada pelo inexistente Des (a) tino. 

Felipe Ferreira Pereira 06/10/10

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Máscaras Desmascaradas e Omissas

Desculpem-me por ser impiedoso e sincero demais às vezes,
É que diante de tanta hipocrisia criada vejo gente estagnada
Pronta para ser marcada com ferro de Grife e grandes redes
Levar na testa e na pronúncia a marca ostentada para nada.

Seus sapatos e bolsas refletem suas emoções frias e caras.
Mais construções espaçosas guardam luxo desnecessário,
Já que, de coisa alguma é bem servido a maioria dos pratos.
Que se omita o fracasso, celebremos nossas revistas e capas.

Narremos o futuro de uma tragédia explicita a muito anunciada,
Vamos enlatar nossa fauna e flora, despejar nos rios nossa ira.
De personalidades vazias e mentes descalças preencher a tara
Em ver sempre o que se repete, finjamos que nada se acabaria.

Felipe Ferreira Pereira 05/10/10

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Jovem “Brazil” “Brazileiro” Festeiro

Porque aqui é assim, nem o Meio chega já se é o tão esperado Fim
As roupas são semi-roupas, seminuas mulheres gostosas e afins...
De inicio a batida do Balacobaco que envolve as mentes de magia
Sim, que gostoso, rebola mais um pouco mostrando essa energia

E por fim, que de pronto nem começou, chegamos à boa Bunda!
Isso! Rebola a bundinha assim! Esqueçam de tudo e votem em mim,
Afinal temos que ter algum lazer inteligente frente à corja imunda
De degenerados que roubam para sobreviver e deixam o País assim:

Esquecido no submundo de desvios de verbas e superfaturamentos
Onde o preço do alimento principal equivale a um quilo de cimento.
Claro, sarcasticamente falando, já que, aqui é o lugar das gargalhadas
Onde se entra na política de nariz de palhaço gozando de nossas caras.

Mas parem de pensar nisso, que povo mais pessimista. Façamos comício
Com muita bebida e celebração, esquecendo de tudo, de nossos ofícios.
Vícios? Não. Só a semi-música repetitiva e sem graça que já é de praxe...
Das siglas do PSDC onde Eymael com sua música patética parece Restart

Aos versos coloridos que não dizem nada a absolutamente ninguém.
Enchem os ouvidos de todos com enormes besteiras pseudo-afetivas
Sem pedir licença ou ao menos perguntar se há incômodo. Vêm do além.
Agora coloquemos nossos narizes de Bozo e nos preparemos pras Pizzas.

Mais uma fase de mandatos onde nossas carcaças estarão sob “Pés” de Urubus
Continuamente atormentadas por rimas infantis multicoloridas irritantes...
O que são mais alguns anos perante pseudocultura e politicagens agonizantes?
Nada temos a reclamar, balancemos nossas Bundas e fiquemos com cara de Cu.

Felipe Ferreira Pereira 05/10/10

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Rotina

Eis que os olhos do homem já cansado de dormir todas as noites e acordar todas as manhãs se abrem.  De fato fitam as rachaduras que comprometem a estrutura do teto de seu humilde quarto, farto de tudo segue para o banheiro. Chegando a porta nota um pequeno facho de luz que sai por debaixo da fresta. Irritado pensa – Ocupado, de novo, como todas as manhãs. Aguarda alguns minutos, vê sua esposa “uma bela dona de casa, diga-se de passagem” sair vagarosamente do tão desejado local de higiene matinal. Ao adentrar observa os mesmos azulejos trincados e gastos pela umidade, lava-se, troca-se e segue apático para o andar de baixo desejando um desjejum diferente. Então sua carinhosa esposa avisa-lhe – Seu mingau está pronto. Normalmente ele sentaria a mesa, comeria calado, daria um beijo em sua amável companheira e sairia aparentemente contente ruma seu trabalho, mas desta vez ocorreu algo bem diferente. Olha bem nos olhos de sua antiga paixão com tom de despedida e ela sente que seria a última vez que iriam se ver, então ele baixa o olhar e sai porta afora em busca do inalcançável. Sim, inalcançável. Uma vida repleta de rotinas e mesmices fúteis. Inúteis. Então resolve pegar seu carro e dirigir para qualquer lugar, sem compromisso, sem bagagem, sem preocupações ou ocupações frustrantes. Depois de percorrer mil quilômetros depara-se com um grande abismo a beira da estrada e freia o carro frente ao vazio enorme que parece querer engoli-lo a qualquer momento. Engata a primeira marcha. Com o pé na embreagem acelera um pouco para sentir o motor do carro e começa a pensar: “Será que posso ser livre? Que posso perecer e renascer em vida mais alegre e cativante?”. Ele decide desligar seu carro e seguir viagem em pés desnudos... Cada momento se enche de vida entre as paisagens desconhecidas da serra onde a noite a Lua míngua por entre a folhagem da relva da serra. A exaustão chega e o sono parece tomar conta. Eis que ouve gritos de tormentos vindo da mata. Feito cego em tiroteio põe-se a correr as cegas por entre a selva escura e selvagem, seus pés estão enlameados, escorregadios e por um segundo lhe traem sem esitar. A queda é inevitável, cambalhotas, cortes, hematomas e mais ferimentos vão surgindo durante sua queda vertiginosa perante o barranco de espinhos e galhos secos. Por fim desmaia... Acorda com um zumbido na cabeça – Era seu despertador, para mais uma manhã tediosa de trabalho. Mas que droga, pensou ele. Ao retirar as cobertas que o abrigavam de uma noite de sono aparentemente tranqüilo percebe a cama e suas roupas repletas de sangue e sujeira, seus ferimentos são aparentes, então avança para o banheiro em busca de remédios e ataduras, mas... A porta estava fechada e a luz mais uma vez saia pela fresta da porta, onde vagarosamente se abria e saia sua esposa a lhe dar bom dia mais uma vez.

Felipe Ferreira Pereira 30/10/10

Amor Terreno

Que dia de felicidade, o vento a meu favor, aqui no topo desta colina deitado
Observando e admirando o que tanto fazem os belos pequeninos lá de baixo
Solitário em meu exílio de contemplação do Ser, vejo atitudes contraditórias
E assim mesmo nunca deixei ou deixarei de apreciar as suas paixões tórridas


O Amor que vos tenho é sincero, amo somente pelo fato simples de Amá-los
Puramente afetivos são os laços que envolvem o ato de também acariciá-los
De forma alguma terei em minhas reflexões tons depreciativos ou obscenos
Pensem que os Amo tanto, que do maior ao menor, amo até seus defeitos...


Felipe Ferreira Pereira 01/10/10

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ensina-me

Ensina-me a prorrogar minhas ações mais impulsivas,
Conter a raiva perante pessoas prepotentes e fúteis.
Celebrar as pequenas vitórias ante os medos da vida
E olvidar sempre todos e quaisquer problemas difíceis.

Guia-me pela trilha estreita, passos curtos e cautelosos
Ajudarão para com meu crescimento enquanto homem.
Não que queira desvencilhar-me dos sonhos audaciosos,
Mas ater os pés ao chão é um sinal de sabedoria também.

Felipe Ferreira Pereira 23/10/10

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Superfaturando Certo por Terras Tortas

Velas e ventos que sopram às chancelas de vidas roucas,
Mas que insistem em apegar-se a fé. Seria humilde tola?
De pronto que não, ater-se um rosário e bíblias as mãos,
Rogando que a seca fortaleça corações e lhes dê o pão...

Bebericando o sumo do mandacaru em cuidados dosados
Vêem-se mazelas, fiéis fervorosos um tanto abandonados.
Abandono por seu Deus ou pela sociedade como um todo?
Quem pensa em cair ao esquecimento de Deus sim: Tolo!

Felipe Ferreira Pereira 22/10/10

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Paixão Reencontrada no cais

Mais calma carícia e zelo por ti nunca hão de ser demais,
Agora sim que sei: É você a pessoa certa do além MAIS!
Em teus lábios doces a noite refresca e o medo se desfaz
Capaz de vestir a natureza e despir espíritos lá de trás...

Paixão! Arrebata-me subitamente, faz perder-me no cais
De navios e pequenas canoas que se escondem e, aliás...
Lembre-me de nunca esquecer, lembrar-te sempre voraz
Como paixão que volta ao seio farto, vale a pena ser vivaz!

Felipe Ferreira Pereira 21/10/10

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ego Consumado

Esquecer de meu Ego e infringir de pronto minhas verdadeiras vontades.
De que adianta acovardar-se a hipocrisia e ocultar as externas vaidades?
Contar-te-ei um segredo muito raro: Quem esconde os defeitos, no fim,
Acaba por inflar em demasiado o próprio Ego. Que não seja sempre assim.

Felipe Ferreira Pereira 17/10/10

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Lâmina Grave de Ares

Amor com o fogo é o que faço. Centelhas incandescentes.
Esperadamente quentes retorcem o aço tão de repente...
E, em orgasmo múltiplo transformo a matéria que se despe
E toma forma pontiaguda. De madeira é feito seu alicerce.

Agora frio e vil metal pode servir-me em teu nu assassinato:
Vazio e torpe corpo que semeia a luxúria, o brio exacerbado.
Retalharei sem dó ou piedade, mesmo que para sempre cale
 A voz de sabor execrável que põe em ação a lâmina grave...

Felipe Ferreira Pereira 15/10/10

Vale dos Famintos Suicidas

Acordo em meio às turbulentas tempestades de fogo e areia incandescente,
Tento beber um gole de água barrenta que vem das poças do chão iminente.
Olhando para meus andrajos via entre os buracos de trapos enormes feridas,
Colheita de uma vida de ceticismo, descrenças e a incredulidade desmedida.

A fome me assolara, o frio reavivara cada momento, então observei ao redor.
Pessoas repletas de enfermidades ocupavam um espaço nu cada vez maior!
Mesmo assim não esqueci meu egoísmo de pensar só e puramente em mim,
Desejando que aqueles momentos postumamente vividos chegassem ao fim.

Não que eu seja fraco, mas roguei, pedi aos céus a cura e sua benção divina.
Ao exato não sei quanto tempo implorei, mas minhas preces foram atendidas.
Implorei clemência ao Ser de Amor ilimitado. Muito tempo depois, fui ouvido.
Corpo enlameado, chagas e dores que havia passado, agora faziam sentido.

Tudo que vivi nesse momento de sofrimento e amargura tem o certo motivo.
Agora que observo aqui de cima, vejo a vida que deveríamos ter sim, vivido!
Não se esperar tanto dos outros e agir cada segundo se doando ao próximo.
Aos olhos de quem vê e não crê, pode com certeza parecer muito monótono,

Mas parando e pensando bem, desejando tudo o que se quer de bom e Bem,
Somos todos irmãos de mãos afastadas. E vamos para caminho de Ninguém.
Além de nossa egocentricidade nada existe, o vicio flerta com nossas almas...
E persiste a idéia fixa, não fazer o mal e rumar diretamente ao Céu de calma!

O que se pode fazer para que tais máculas sumam? Talvez trabalhar mais...
Sim. Trabalho. Mas trabalho em prol do próximo que necessite. Você é capaz.
Almejando sempre o acminho da perseverança em servidão, ao outro se doar,
Tenho plena certeza que de pronto, mas não logo, iremos finalmente prosperar.

Felipe Ferreira Pereira 14/09/10

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Protesto Póstumo

Que se esqueça a dor do próximo aqueles que não vêem paz em vida.
É o que diriam humanitários e religiosos, mas na pratica não se aplica.
Quantos homicidas colocam-se no lugar das famílias de suas vitimas?
Quantos pecados somos capazes de suportar com consciência limpa?

Falar é fácil, o verbo se aplica, mas o ato desbota, enfraquece e cora.
A vergonha alheia que enrubesce todas as faces que o medo decora.
Somos imperfeitos, pecamos em buscar a perfeição, evolução talvez.
É da condição do homem o Erro. Que tentemos um acerto dessa vez.

Mas que deixemos de lado à Soberba. Fácil dizer, instruir novamente não é?
Então deixo aqui meu protesto póstumo de além morte visto Vivo como se é.
Que não prejudique ou ofenda os de opinião rígida e complicada em calar-se.

Abstenho de minhas práticas falantes, sou Todo Ouvidos, escuto vossa ênfase.
Debatam, confabulem, conspirem e de uma vez por todas tentem. Critiquem-Me!
De modo que não me farão entende-los por completo, mesmo que me matem...

Felipe Ferreira Pereira 10/09/10

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Já se Sabe...

Não se sabe, não se vê. Ninguém me cabe...
Tão pouco espero o que sei, pois já se sabe.
Numa contramão de ilusões, pior, sem volta.
Pruma entre ventos pensamentos de outrora.

Arruma, descansa, extrai-se e depois joga fora.
Usado, utilizado, coagido, inibido e ludibriado.
Mas de quantas armas dispõe o temido Diabo!
Se não fosse trágico e simples, seria até hilário.

Felipe Ferreira Pereira 09/09/10

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Preciso Ir...


Preciso ir
Ou o banco fecha
Preciso ir
Ou minh’alma satura
Preciso despir
O rumor que me cerca
E talvez conseguir
Dissipar a tortura

Preciso fugir
Desfazer da mentira
Retroagir
Encontrar a cobiça
Caricia de medo
Desfruto do zelo

O mal acompanha
Capitalismo comanda
Desfazer da demanda
Esquecer a esperança
Que se enche nos olhos
De uma linda criança

Porem...

Preciso ir
Ou o banco fecha
Preciso ir
Ou minh’alma satura
E a sociedade caduca

Felipe Ferreira Pereira 03/09/10

Sereia de Marte as Margens do rio Plutão

Não preciso de teus elogios. Nada que acrescente ou falte
Mexerá com meus brios. Tentação de elogios tua futilidade.
E antes que me esqueça, cresça, levante vôo e desapareça.
Espero que silencie teus cantos e acenda a tua fria centelha.


Não descanse tua alma enquanto houver um pouco de vida.
Não mais desejarei tua cálida, vil e auspiciosa beleza nua...
Pois, mesmo que me falte o glorioso Sol, terei sempre a Lua.


Felipe Ferreira Pereira 03/09/10

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Idéias

Tenho agora idéias tão vivas que poderia emoldurá-las
Movendo cada partícula de minhas intimidades hostis
Secretamente farei tudo para que eu possa praticá-las
Caso venha a decepcionar-me acreditarei que são sutis

E no tom mais leve, beleza pálida, seguirei a divulgá-las
Mesmo que o desagrado seja geral, total não há de ser
Minhas idéias não são concubinas, impossível agradá-las
No entanto ouvi-las ou concordar, até que poderia ser

Não me calo, não me cego e não ensurdecerei ante nada
Se pecar, que eu peque pelo excesso exaustivo do cultivo
Ainda que sintam línguas, olhos e suas orelhas dilaceradas


O temor de pavorosas e más críticas me é desconhecido
E que no anonimato perpetue tal sentimento de beata
Pois aqui, onde se pode perverter, também pode ser dito

Felipe Ferreira Pereira 02/09/10

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Assassino de Sonhos

Sou teu horror mais descontrolado, onde teus olhos não querem percorrer
Instigando tua curiosidade mais descabida passeio por teus pensamentos
E que bom inflar-te o Ego de medo e casto desejo minucioso de mera culpa
Que bom que sentes o ardor de minhas palavras gélidas onde o Ser ocupa

Desiste de retomar teus anseios mórbidos e fúteis, não podes fugir de mim
Sabe que estarei em cada beco de teu pensamento, vendo o Bom e o Ruim
Percebe que tuas pernas não mais podem evadir-se de meus passos rápidos
Minha decrepitude em alvejar-te é somente para dar-lhe um pouco de tempo

Mas não prometo, porém que não estarei em tudo o que ver tocar e sentir no ar
Não tenho escolha já, que, cria para si uma redoma repleta de meu Eu a rondar
Circundando e assassinando teus sonhos coloco tudo de volta em devido lugar

Se parar de ter por mim tamanho desejo deitarei em meu sossego, evitarei teu ar
Porém, se parar de soprar em meus cabelos tamanha cobiça, talvez pare de enxergar
O exagero surreal que é manter o medo de meu Eu sem ao menos tentar me tocar

Felipe Ferreira Pereira 24/08/10

Digitalóides Regurgitados Pelo Sistema

Depende da maneira como se olha, nem sempre a sinfonia
É a melhor canção que se toca. De pronto, que há de agonia
Ser um “ser’’ autêntico e belo sem apoiar-se em sua estética.
De fato uma futilidade patética, é difícil, um tanto excêntrico.

Mas do que seria o mundo, enquanto mundo, sem excentricidade?
Por isso que as veses me confundo, pra que tanta complexidade?
Tudo gira em torno do simples, porque insistimos em complicar
Tentando passar de pato a cisne? O mais lógico seria simplificar.

Onde está a velha infância de brincadeiras inocentes e divertidas?
Talvez não caiba mais as crianças do agora, digitalizadas pervertidas.
O que contribuiria mais para essa perda de valores e lembranças?

Os pequenos se esquecem que são apenas / gloriosamente, crianças.
Que de fato nos servem ou serviram de exemplo, carinho, ternura...
E hoje não sei se conseguem abraçar a vida com tamanha doçura.

Felipe Ferreira Pereira 23/08/10

terça-feira, 10 de agosto de 2010

E voltaram-se os Sonetos

E mesmo que não me olhe ante tudo com muita atenção
Estarei sempre a olhar-te com tremenda ternura e afeição!
Porém não confunda meu carinho com mensurável paixão,
Sim, a paixão pode ser medida ao tamanho de sua intenção.

E não pense que penso logo em pensar em ti como amor,
Mas digo que penso que pensas em amor mais que amigo.
Sim, seria ótimo, mas não me cabe. Sua amizade é fulgor,
E o quão me queime é suficiente, pelo menos para comigo.

E se de repente eu engrandeça teu ego, é por mero instinto.
Gosto de gostar de agradar e agradecer amizade enquanto for,
Enquanto tiver por ti tamanha ternura, afago e compreensão,

Pode-se dizer que sim, que amo, mas não em tom de paixão.
Na paixão a libido tange a carne e no todo se diferencia do amor,
Então te amo sim, mas, porém, contudo e toda via amor de amigo!

Felipe Ferreira Pereira  11/08/10

sábado, 7 de agosto de 2010

Acabaram-se os Sonetos

Como perder o que nunca se teve e ter tamanha certeza de quase ter obtido?
Não sei, fico incompreendido e tentando compreender o que teria acontecido.
Em minhas aventuras introspectivas questiono incansavelmente o mero acaso,
Encarando a triste e fútil realidade de pensar apenas em meu ego exacerbado.

A unica maneira é configurar o futuro e apagar o possível passado inexistente,
Criar minha própria redoma de segurança ao redor de sentimentos experientes.
Segurar mais uma vez em minha personalidade e encarar tudo com tranqüilidade
Tratar, entre tudo, com eloqüência, educação e bem lá no abismo, a cordialidade.

Não enterrarei lágrimas que não puderam ser despejadas sobre minha face hostil.
Dedicada e assiduamente combaterei tudo o que me cerca e tudo o que me roga,
O problema é que a alma, o coração... Consciência racional que sempre provoca,
Estão sempre a perseguir meus anseios, vícios que minha ininterrupta mente cobra.

Felipe Ferreira Pereira  07/08/10

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Pai

Mas será que de onde está pode mesmo olhar por mim,
E aconcelhar-me a distância como muitos costumam dizer?
Mostre-me o caminho sempre, escolher entre o bom e o ruim
Não é uma escolha clara ou fácil, então me ajude a entender

Você partiu muito cedo e deixou saudades demais PAI
Um vazio impossível de ser completamente preenchido
Talvez tenha feito tudo o que tinha para fazer por aqui
Se você não existisse nesse tempo, não sei como teria sido

Agora penso pouco ao seu respeito e sinto menos tua falta
Não que tenha me conformado, mas aceito sua partida
Respeito tudo o que fez e sinto-me feliz por ter sido FILHO
Tudo que me fez foi perfeito, o que disse e o que não tenha dito.

Felipe Ferreira Pereira  05/08/10

PS: TE AMO PAI !!!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Profano Messias

Sentado aqui como um garoto frente à televisão
Vejo os trocados escorregarem de meus bolsos
E sentado aqui enxergo como os humanos são
Sempre esperando que seus sábios sejam tolos


O que espreita a todos nós é mais importante
Mais imponente que qualquer visão de garoto
Um sentimento incentivado e sem remetente
Que ao fim nos arrastará para o nosso esgoto


É sussurrado a todos os ouvidos, mas não se ouve
Colocado diante de todos os olhos, mas não se vê
Não acreditar no Diabo é apenas mais uma opção
Ele sempre acreditou em você, acredite ou não.


Felipe Ferreira Pereira  30/07/10

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ainda Pulsa

Coração é terra inabitada, onde o prazer reina diante a raiva controlada
Coração pulsa e expulsa qualquer luxúria, avareza e pecado escondido
Nada que não deixe ter seu egoísmo cego ou seu amor desmedido
E descompreendida mesmo é a saudade de não trocar uma palavra.

Mas quero que sempre habite meu âmago, que melhore meu fardo
Não que o meu coração já não seja um tanto quanto pesado
Pelo fato de não ter exercitado muito bem nesses últimos tempos
Falta-lhe amor, luxúria, avareza. Cobiço ternura e seu rosto marcado.

Felipe Ferreira Pereira 27/07/10

DEMOCRACIA DEPLORÁVEL

Distante do delírio
Dedilho diante do deleite
De delibar desfrutando
Do decênio damasco

Deliberadamente delinqüente
Definir definitivamente
Do dom denotado

Deflagrar da década
Dantes do dantesco

Decrepitude decúbita
Decorre da decência
Debaixo da deriva
Debulho da decadência

Difusão de decalque
Do diabo dormente
Desfez do disfarce
De dormitório descendente

Debilitado debalde
De dardejar do debate

Democracia deplorável
Descaminho do destino
Desbravam do descaso
Do descanso desconsolável

Derruir do desfalque
Desconhecendo do disparo
Disseminar da divindade
Duelando do desgaste

Duplo desejo disforme
Debruça durando deboche
Do devasso divorcio
Do dúbio discorde

Daltônico danificado
Desprazer dedicado
Do desmatamento dourado

Decreto debelado
Debuxo decepcionado


Decuplo decurso
De decoração
Decola destaque
De decomposição

Declama de dor
Do decoroso dispor
Do diamante dolor

Democracia deplorável
De dignidade depauperável

Felipe Ferrira Pereira